Desde o nosso nascimento
somos marcados pelas circunstâncias da vida. Estas marcas geram os pilares
emocionais sobre os quais fundamentamos o nosso ser interior.
Em alguns momentos, elas nos impulsionarão a enfrentar com ousadia os
obstáculos que a vida nos oferece. Em outros, ditarão a insensatez de
recuarmos, nos escondendo por detrás dos mesmos.
Fato é que as experiências diárias, sejam elas boas ou más, produzirão em
nós sentimentos, que serão absorvidos persuasivamente pela nossa alma. Deixarão
em nós vestígios determinantes para seguirmos
naturalmente o curso da vida.
Mas como “nem tudo são flores” e nem todas as coisas “terminam em pizza”,
precisamos nos preparar para enfrentarmos os diagnósticos ruins com postura de
vencedores.
Variando a forma, a frequência e as probabilidades, as situações de tensões
surgirão. Isto é inevitável.
Em algumas ocasiões, refugiados num casulo,
seguiremos blindados e inatingíveis nas nossas lembranças. Em outras, no
entanto, depois de sermos feridos responderemos aos estímulos recebidos, fundamentados
nas profundas lesões encravados em nossa alma.
Como as tatuagens, esses rombos vão sendo registrados de forma permanente no
nosso íntimo.
Despojados em diversas áreas e experimentando uma enormidade de privações,
tendemos a recuar diante dos desafios que confrontam nossas emoções.
Viver deste modo é mais frequente do que imaginamos. Não sendo privilégio de
nenhum período da história da humanidade, e de nenhuma classe social ou
religiosa.
A Bíblia nos relata que
Jerusalém foi alcançada por aflições que a deixou exposta a todos os tipos de
males. Invadida, teve os seus muros fendidos e os seus portões queimados.
Passando a viver momentos
de grandes humilhações.
Neste período o povo de
Israel se distinguiu pela dor, e foi marcado pelas perdas moral, espiritual e
material.
É o que muitas vezes
ocorre conosco. Somos expostos às fatalidades e tatuados de forma profunda pelos
pesares. Como camaleões, nos camuflamos para não sermos notados, e assim
prosseguimos na falsa ilusão de que permanentemente nossas atitudes são
coerentes e acertadas.
No caso de Israel, um
homem ousou mudar a história daquele povo. Ele se levantou para lutar contra a
injustiça e a apatia generalizada que envolvia a todos daquele lugar.
Não deixou que aquelas
marcas permanecessem gerando novas derrotas.
Deus anseia em nos ver fora
dos casulos e aprimorados diante das provocações. Ele nos propõe sair da
caverna na qual nos ocultamos e quer que reconheçamos as portas que foram arrombadas
e as marcas profundas por elas deixadas, desejando excluí-las da nossa vida.
Dotados de sinceridade
e desejosos da transformação restauradora, podemos decidir não permanecer
contemplando o caos que nos envolve, mas aspirarmos as nossas vitórias através
de ações sustentadas e alicerçadas na Palavra de Deus.
Quando nos deparamos
com uma porta arrombada e ficamos atônitos, nos sentindo intimidados,
precisamos considerar que, com o espaço aberto pelo infortúnio, as nossas
intimidades e os nossos valores estarão correndo riscos assombrosos.
Frequentemente
procedemos covardemente diante destas portas caídas. Desprovidos de fé e
perspectivas, deixamos o inimigo nos vencer pela vergonha e intimidação.
Não podemos ficar aguardando
que apareçam os "Neemias" nos nossos caminhos, para cumprir um papel
que nos cabe.
É um equívoco deixar
que outros nos ditem nosso caminho. Devemos considerar que nem sempre as
pessoas entenderão o quão significa para nós cada restrição experimentada. Esta
é uma aventura cujo preço é alto demais para se arriscar.
Sentiremos-nos seguros
e confiantes quando priorizarmos a restauração das nossas muralhas emocionais, e
lacrarmos todas as rachaduras que nos alcançaram.
Tirarmos as cinzas e
recomeçarmos o reparo deverá ser a nossa principal meta. É essencial que nos
levantemos e sacudamos a poeira deixada por aqueles que derrubaram os nossos
portões.
Iniciar um novo tempo,
nos lembrando de que somos nação eleita do Senhor, e povo escolhido seu nos
animará. Remeterá-nos em direção ao que nos trará cura das cicatrizes deixadas
pelo passado de derrotas.
Josué foi outro
protagonista da história de Israel, que marcado pela confiança demonstrou postura
que nos serve de espelho.
Enviado por Moisés,
juntamente com onze homens valentes até Jericó, teve a missão de espiar a terra
em que deveriam passar, enquanto avançavam pelo deserto.
Ao retornar, seus
amigos já corrompidos pelo desânimo relatam a impossibilidade da concretização
do plano, que consistia em usar aquela cidade como atalho, para encurtar o
caminho até o seu destino.
Demonstrando
determinação, Josué contrariou os relatos de dez dos seus companheiros e motivou
Moisés a prosseguir em frente com o seu plano.
Possuindo o diferencial
da confiança, Josué entendeu que embora aquela terra possuísse muros altos e
fortes, do povo ser gigante e poderoso, com Deus a vitória estava assegurada.
Esta também deve ser a
nossa postura diante dos desafios que nos são lançados. Este deve ser o lema da
nossa bandeira.
Antes de enfrentarem o
deserto, aqueles espias haviam sido prisioneiros no Egito, razão pela qual eram
dotados de mentalidade de escravos.
Os medos e inseguranças
neles presentes durante a escravidão são os mesmos que nos impregnam nos dias
de hoje, guardadas as proporções e as épocas.
As próprias cicatrizes
que nos marcaram nos desestimulam a buscarmos as formas eficazes, para combatermos
os turbilhões de conflitos internos.
Prisioneiros dos nossos
medos, comportamos de maneira equivocada e não nos apoderamos da provisão
conquistada por Jesus na cruz. Porém n’Ele temos liberdade para vivermos uma vida isenta de prisões e plena
no seu Espírito.
A nossa memória tão
curta nos faz andar rastejantes e mendigando.
Deus é o Senhor das
guerras, não importam onde estas aconteçam. No nosso âmago, ou na nossa
roupagem exterior, o poder de Deus nos garante proteção contra aqueles que aos
nossos olhos são gigantes.
Davi soube usar e
abusar desta verdade. Ele com autoridade, confrontava os seus inimigos nas
batalhas, porque entendia o que muitos de nós temos dificuldade de compreender:
O Senhor dos Exércitos é conosco.
Como o Senhor foi para Davi, também Ele é para com cada um
de seus filhos.
"Jerusalém,
Jerusalém,... Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintinhos debaixo das asas...!" Deus quer nos proteger
debaixo de suas asas, tirar as marcas de destruição e nos selar com a plenitude
de seu amor.
Todos nós ansiamos
pelas vitórias nas lutas que nos são apresentadas. Se os sinais são
visíveis e a luta é travada, é necessário decidir entre ficar, lutar e
arriscarmos sermos vencedores, ou correr, nos esconder e nunca sabermos qual
seria o resultado final.
Como Deus foi para
Davi, também Ele é para com cada um de seus filhos.
Considerando quem somos
em Cristo Jesus devemos lutar e nunca desistir.
Temos exemplos bíblicos
suficientes que evidenciam a nossa capacitação para passar por adversidades, e
sairmos delas marcados como vitoriosos. Soldados convictos da sustentação de
Deus e que não têm do que temer.
Nosso Mestre Jesus Cristo enquanto esteve na
terra, também teve conflitos. Ele, em todo o tempo foi confrontado, mas não
recuou e nem se deixou levar pelos insultos lançados em seu rosto.
No jardim do Getsêmani,
Ele não retrocedeu diante dos sentimentos que O atormentavam. Jesus foi até o fim
com seu plano de nos salvar. Ele não se acovardou mesmo marcado pelas traições e
afrontas.
Fomos lavados,
santificados e justificados pelo nome dEle, e pelo Espírito Santo. Podemos enfrentar
esses medos, procedendo ilimitadamente pela fé, com atitude digna de filhos de
Deus.
Precisamos assumir um
comportamento maduro, caminhar numa fé responsável e não rebaixar o preço que
foi pago para nos redimir.
Potencializados por
Deus lidemos com os conflitos, seguros da nossa vitória. Ponderando em nossos
corações que eles fazem parte da vida e são transitórios. Eles não são
invencíveis como muitas vezes nos parecem.
Por que então
rastejaremos e mendigaremos, se há um Deus que nos ama e anseia por nos
abençoar?!
Não se esqueça:
SOMOS MARCADOS PARA
VENCER!