domingo, 23 de setembro de 2012

Rompendo com os Cárceres


A todo tempo somos remetidos às histórias antigas. Somos envolvidos através das nossas lembranças aos períodos de escravidão dos nossos antepassados. 

Os povos dominados eram conduzidos pela vontade alheia e em condições bastante desfavoráveis. Sabemos que grande parte destes povos, nem sequer tinha a percepção do mau que lhes estava reservado.

 À medida que se distanciavam das suas terras, afastavam-se também dos valores sobre os quais estavam fundamentados. 
Como consequência da privação da liberdade, oprimidos e angustiados em seus cativeiros, eles se tornavam naturalmente reféns das circunstâncias culturais, sociais e emocionais nas quais eram inseridos. Diante da desordem estabelecida, os seus padrões conceituais e morais apresentavam-se indefinidos, o que os tornavam não somente sujeitos a senhores políticos, mas também a viver dominados por tradições que não lhes eram próprios.

Segundo o escritor Augusto Cury, nós nunca deveríamos ser escravos dos padrões que plantaram em nós. Infelizmente estes povos relatados pela história, não possuíam a mesma sorte da qual hoje dispomos. Eles não tinham autonomia e nem poder de deliberar sobre as suas próprias vidas. Ser ou não ser escravizado não dependia de cada cidadão durante os períodos de guerras entre as nações. Mas nós contamos com o privilégio de gozar da liberdade de decidir sobre assuntos que nos dizem respeito.

Entretanto podemos ver a citação do autor como um sinal de alerta para nós que somos tidos cidadãos livres. Deveríamos considerar esta liberdade e refletir sobre o que, ou quem, livremente, permitiu que exercesse domínio sobre nós. Tudo aquilo que possui o controle das nossas vidas nos aprisiona, e se torna o nosso deus e senhor.

Por causa disto tendemos, naturalmente, a dedicarmos tempo e rendição diante destes objetos que refletem esta confiança. Ainda que estes atos sejam mecânicos e automatizados. As regras e os costumes ditados nos parecem corretos e estabelecem diretrizes que nos fazem trilhar por caminhos que entendemos ser perfeitos.

Permitimos que objetos, situações e pessoas nos governem, uma vez que temos nossos mecanismos mentais fraudados. Como consequência, passamos boa parte da nossa existência sendo manipulados como bonecos humanos. Seguimos sendo usados como “playmobil” ou como os atuais “legos”. Tornamos-nos escravos dos nossos comodismos, dos nossos amadorismos e dos nossos equívocos. Somos prisioneiros das nossas próprias condutas. Assumimos como deuses, seres tão mortais como nós mesmos. Até que os nossos olhos sejam abertos, nos deixamos ser governados pelo dinheiro, pela vaidade, e pela profissão entre outros domínios, que desnecessário seria citá-los. 

Vivemos sob o controle de todos os tipos de impressões, sem, contudo nos darmos ao trabalho de checarmos a veracidade delas. Como produtos do meio, agimos de maneira a repetir procedimentos baseados naquilo que um dia aprendemos. 

Certamente, encorajados pelos nossos ideais, e dispostos a ter a nossa mente e a nossa história transformada, tomaremos atitudes ousadas que nos orientarão para os novos rumos. 

Mas o momento é de reavaliarmos nossos conceitos, considerando que aqueles valores que foram implantados no nosso interior, quando nenhuma base ainda existia, podem ser transitórios, e não é imperativa a sua eternidade. 

O rei Salomão usado por Deus nos diz que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:... tempo de buscar e tempo de perder... tempo de guardar e tempo de lançar fora...”. Considere, portanto que é chegada à estação de lançar fora os padrões que plantaram em nós, e que não representam exatamente os nossos conceitos. É chegada a hora de definirmos com firmeza de caráter quem nos dominará. 

Agora amadurecidos e providos de informações, devemos submeter as nossas edificações a uma triagem. Ou seja, é momento de colocarmos toda esta herança recebida sobre um aferidor, e considerarmos os seus frutos. 

Nosso crescimento nos direciona para a capacidade de determinarmos, se o que somos denota de fato os nossos interesses, ou estamos versando um personagem cuja história de vida nunca desejamos para nós. É necessário identificarmos a face do deus a quem estamos servindo. E uma vez expostos ao feedback dos nossos desempenhos, reconheceremos e identificaremos perante o que, ou em presença de quem, estamos nos prostrando. 

A vida não foi projetada por Deus para ser vivida de forma forjada ou mascarada, mas para ser desfrutada em abundante liberdade. 

Entre muitos, um personagem bíblico que nos serve de ilustração para esta situação específica é Josué. Este homem experimentou um pouco dos desprazeres, que só conhece aquele que já sofreu o domínio das tradições, conceitos e valores escravos. Ele precisou se reavaliar e se deixar ser transformado, para então gozar de graça e de liberdade. 

Podemos aplicar nas nossas vidas o que ele propunha em seu coração: De lançarmos fora os deuses estranhos, e inclinarmos os nossos corações a Deus para amá-lo e servi-lo. 

Somos desafiados a “rebobinarmos a fita” do nosso passado e revê-la. Investirmos tempo reavaliando e, então, nos inclinarmos diante de Deus, que tem a capacidade de nos governar sem nos escravizar. 

Não podemos permitir que o nosso olhar fixo no natural, nos impeça de experimentar o poder que é invisível e sobrenatural. 

O que deve permear nossos anseios de servos livres é vivermos uma vida cristã sem mediocridade. Exultarmos com a salvação, e, além disto, gozar das delícias que Deus quer nos dar ainda aqui nesta terra. 

Foi para a liberdade que o Jesus nos libertou. Fomos criados por Deus para nos encontrarmos plenos n’Ele. Deus é superior à natureza. Ele é mais elevado a tudo o que criou, seja natural ou espiritual. Ele é O ser Perfeito. E este seu caráter de perfeição faz com que apesar de nos amar, se recuse a deixar-nos a mercê dos nossos devaneios. Ele levanta profetas e se manifesta através da sua palavra. Usa homens e mulheres para alertar e fazer ecoar a sua voz. Dá-nos direção e mostra o caminho do conserto, sinalizando a necessidade da nossa submissão, e da constante busca de comunhão com Ele. 

Podemos aprender se quisermos, ou permanecer no estado de ignorância se assim decidirmos. Mas uma coisa é certa, quando optamos por não mais andar baseados nos padrões que plantaram em nós, e deixamos o Senhor assumir o comando da nossa vida, 
venceremos guerra que não lutamos e comeremos do que não plantamos. Todos nos verão, e contemplarão a glória de Deus manifesta em nós. 

O Deus a quem servimos é fiel ainda que sejamos infieis. O nosso Governador saciará todas as nossas necessidades e nos completará. As palavras que O Senhor deixou para nos reanimar e nos mostrar o seu amor, que vai além da nossa fidelidade, é que” Ele mesmo destruirá os nossos inimigos e cuidará de nós”. 

O desejo que arde no coração d’Ele, é o de nos fazer seu povo, e ouvir dos nossos lábios que Ele é o nosso Deus. Nossa dificuldade é de compreender que um ser que não depende de outros para existir, O Magnífico criador de todas as coisas e seres viventes, quer se relacionar conosco. Ele deseja ouvir da sua criatura: O Senhor é O meu Deus! Ele também quer olhar nos nossos olhos e exclamar: Você é meu filho! Vida de acertos, vitórias e abundâncias de dias, é o que está incluído na lista de Deus, para aqueles que entendem que somos alvos do seu amor eterno. 

Desta forma seu governo sobre nós tem como base o nosso livre-arbítrio. O seu amor é intenso e sobrenatural. Tão maravilhoso, que a nossa natureza humana nos impede de alcançar real entendimento. É necessário que o Espírito Santo nos convença da magnitude deste ato divino. 

Só O Deus verdadeiro, que sabe da sua essência, possui tão grande humildade nas suas atitudes. Não temendo Ele se rebaixa para alcançar e tomar pelas mãos os que nada são. 

Mas se resistirmos ao seu governo e nos sujeitarmos aos domínios naturais, correremos o risco de, em algum momento da vida topar com um espelho, onde veremos os nossos valores reais cortados. Decepcionaremos-nos ao depararmos com a nossa própria imagem ferida e ali refletida.

Escolha servir a quem te faz livre, e que te convida para reinar junto com o Ele! Legitime o seu governo sobre sua vida, colocando n’Ele a confiança de quem reconhece que Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores! Deus nos abençoe!